No Chile, na segunda volta, o
candidato da extrema-esquerda, o comunista Gabriel Boric, foi eleito com
55,87%.[1]
Num país que tanto sofreu às mãos
do comunismo, há várias perguntas a fazer:
Quem é o eleito pela maioria do povo chileno?
Grabiel Boric é um homem de 35
anos, alguém muito jovem, que, semanas antes de lançar a sua candidatura, num
programa de televisão, havia dito que não pensava candidatar-se por “não ter as competências necessárias” para isso.
E, de facto, além do seu
activismo político, como agitador social, Boric nunca trabalhou. Não tem, como
ele mesmo afirmou, experiência para governar um país como o Chile, mas,
irresponsavelmente, alguém conseguiu convencê-lo de que era o candidato ideal
para reconduzir o comunismo ao poder.
Boric é o comunista mais radical
desde Salvador Allende, responsável por uma década de crises económicas recordada por muito poucos, pois, aos jovens, no Chile, e à semelhança do que
acontece por cá, as gerações mais jovens têm vindo a ser doutrinadas com uma revisão
esquerdista da História. Portanto, 55% dos chilenos abraçaram um candidato
comunista, admirador fervoroso de Nicolás Maduro e
simpatizante do bloco integrado por Evo Morales, Bolívia; pelo maoísta Pedro
Castilho, Perú; Daniel Ortega, Nicarágua; e outros.
Ou seja, os 55% que votaram em Boric revêem-se num bloco de países fracassados, com graves problemas económicos.
Mas, Gabriel Boric tem outras características: estudou Direito, mas, segundo ele, nunca teve intenções de se formar. Em 2018 esteve internado devido a transtornos obsessivo-compulsivos. É extremamente violento e simpatizante do terrorismo. Foi acusado de assédio a mulheres. (Curiosamente, o feminismo não saiu à rua a pedir a sua condenação…Lá, como cá, quando o candidato é da extrema-esquerda parece que é melhor deixar cair no esquecimento ou até ocultar o ocorrido). E, como acontece com a maior parte dos jovens militantes da esquerda caviar, Gabriel Boric nunca precisou de trabalhar pois vem de uma família riquíssima. O seu pai é um empresário que tem usufruído de muitos contratos com o Estado e que esteve envolvido num negócio ilegal de compra e venda de terrenos, em Punta Arenas.
Gabriel Boric é aquilo que a esquerda odeia e quer destruir: um capitalista. É
um comunista de Iphone, que vive como
qualquer grande capitalista, mas quer que o povo pague mais impostos, que haja
menos liberdade económica, menos liberdades individuais, mais estado, mais
nacionalizações… Mais pobreza.
Foi este homem, um fanático
comunista radical com problemas psiquiátricos, sem qualquer currículo nem
experiência, que defende a violência política e foi acusado de assédio, que 55%
dos chilenos elegeram.
Mas, porque é que a maioria do povo chileno o elegeu?
Creio que há vários factores para
isso, mas destaco dois:
Em primeiro lugar, uma batalha
cultural sem precedentes, que, de há muitos anos a esta parte tem feito caminho
não só no Chile, mas em toda a América latina e também no Ocidente. Uma batalha
cultural cujo objectivo principal é o embrutecimento colectivo das novas
gerações, que não conhecem a sua própria História, que não têm a mínima noção de humanidade, de economia,
de sociologia, e de outras filosofias que não o marxismo cultural. São pessoas
embrutecidas, atiradas para uma sociedade consumista, que foram capturadas por
um candidato jovem que lhes prometia “a mudança”, e que, à pergunta “por que
vota Boric?”, respondiam: “bem, não sei…
é por causa da mudança”, “porque ele é jovem” “porque queremos algo novo”. Ou seja: uma resposta irracional, não
informada, não sustentada num programa de governo, mas única e exclusivamente na
ideologia da mudança, na ideologia de que tudo tem de mudar para ser melhor e
de que o “novo”, necessariamente, é melhor do que o antigo. Mas… Boric não traz
nada de novo!
O socialismo não é novo! O
socialismo já foi provado por muitos países próximos do Chile. O socialismo já
foi provado no Chile, entre 1970 e 1973, submergindo o país na mais absoluta
miséria.
Mas, há muito que a esquerda
percebeu que o revisionismo histórico embruteceria o povo e este
conformar-se-ia com chavões como: “algo novo”, “uma mudança”, “um candidato
jovem”.
Como é que esta batalha cultural aconteceu?
Em primeiro lugar, colonizando quatro esferas:
- Os meios de comunicação social, que fizeram uma campanha impressionante a favor do candidato da extrema-esquerda e que vêm embrutecendo e “esquerdizando” o povo chileno de há décadas a esta parte. E, isto não acontece só no Chile, mas em todos os países da região e no Ocidente em geral.
- Os programas escolares, as aulas e, consequentemente, as mentes mais jovens e vulneráveis.
- As Universidades, esquerdizando as carreiras em geral e sobretudo as carreiras ligadas às ciências sociais, na área de humanidades.
- O mundo das artes e do espectáculo, usando as figuras públicas de um mundo totalmente esquerdizado e esquerdizante, dependentes de subsídios do Estado. Por ex., no caso da eleição de Boric, o influencer de esquerda, Residente de Calle 13, de Porto Rico, apela ao voto em Boric lançando mão das acusações do costume contra o candidato de direita.
Fica assim claro que, após
décadas de embrutecimento esquerdizante, teremos um rebanho pronto para votar
num candidato comunista sem saber porque está a fazê-lo, sem fazer ideia do seu
programa de governo, sem conhecer a História do seu país, e sem sequer saber o
que se está a passar nos países vizinhos… Não era preciso conhecer a história
do Chile, de há 50 anos, bastaria olhar para o lado, para a Venezuela, de onde
milhões de venezuelanos fogem do comunismo… Como é que os chilenos, vendo a
diáspora socialista a chegar ao seu país, votaram num presidente que admira
Nicolás Maduro?
Sem dúvida, a resposta encontra-se no embrutecimento de décadas de batalha cultural d’esquerda.
Em segundo lugar, o resultado obtido por Boric também é resultado da covardia sistemática e
vergonhosa da dita direita. Essa “direita” que não se assume como tal, que não
tem coragem para romper com o sistema e passa a vida a namorar com a esquerda
“moderada”, e que, além da economia, não tem ideias próprias, não quer
expressar-se sobre nada e compra tudo o que é cultura à esquerda.
A direita, que a esquerda tolera,
só quer “mais liberdade económica”, “equilíbrio fiscal”, “baixa de impostos”, mas,
em tudo o mais, abraça as causas da esquerda: feminismo, aborto, ideologia de
género, multiculturalismo, enfim, todos os “ismos” do progressismo globalista
que essa “direita” covarde tem aplaudido e é incapaz de enfrentar.
A direita domesticada, que
entregou a cultura à esquerda, só pede, de joelhos, que a deixem tomar conta da
“economia”, pois não se deu conta de que a política não se reduz à economia e
que a economia não basta para dominar o poder político.
Esta “direita”, que cada vez é
mais parecida com o socialismo, caiu na ideologia do economicismo.
O que é o economicismo?
- É a ideologia que diz, que
desde que esteja tudo bem economicamente não há nenhum perigo, politico ou
ideológico, uma vez que as pessoas têm dinheiro, ou contraem empréstimos, para
mudar de carro, comprar LCD’s gigantes (para se intoxicarem com o progressismo
da NETFLIX num ecrã maior do que o do ano passado). Então, que importa que a
esquerda tenha tomado conta das universidades, da educação, escreva os livros, instrumentalize
o cinema, a música, a comunicação social… Que importa isso, desde que as
pessoas possam ir ao Shopping e possam comprar o Iphone de última geração?
Isto é economicismo. Isso é a “direita”
covarde, que, há décadas, abdicou da batalha cultural para a esquerda.
E, acredite, o que aconteceu no
Chile acontecerá aqui, neste cantinho à beira-mar plantado, se a direita não se
levantar e tomar conta da cultura. E, não, não é tarefa fácil, muito menos
rápida, mas, se não queremos voltar ao pós 25 de Abril, mais propriamente ao
ano em que Portugal foi governado pelo comunismo e quase foi transformado numa
“província” da ex-URSS, é URGENTE!
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