quarta-feira, 20 de abril de 2022

“Quem controla a Escola governa o mundo”




Uma das ferramentas mais úteis da busca pelo poder é o sistema educacional.[1] A Torá (ou Antigo Testamento) ordena ao povo de Deus que ensine as crianças no caminho em que deviam andar, os Jesuítas tinham uma máxima: “Dêem-me uma criança até aos 7 anos e farei dela meu discípulo para o resto da vida.”, de Karl Marx a Adolf Hitler, do humanismo secular ao islamismo radical, para o bem e para o mal, a educação sempre foi usada como instrumento de mudança.

Em 1921, Alessandra Kollontay, feminista radical, comunista, escreveu o livro “Família e comunismo”[2], cujas “profecias” se tornaram realidade no dia-a-dia de todos nós. Sob a capa da defesa da mulher, ela propunha:

Chegará um dia, mais cedo ou mais tarde, em que a mulher trabalhadora não terá que se ocupar do seu próprio lar. Na Sociedade Comunista de amanhã, esses trabalhos serão realizados por uma categoria especial de mulheres trabalhadoras dedicadas unicamente a essas ocupações. […] Portanto, vemos que as […] tarefas domésticas que ainda pesam sobre a mulher dos nossos tempos desaparecerão com o triunfo do comunismo. A mulher trabalhadora não terá do que reclamar porque a sociedade comunista terá acabado com o jugo doméstico e tornará a sua vida mais alegre, mais rica, mais livre e mais completa.

Só que, como todos sabemos, não foi o “triunfo do comunismo” – que se revelou o maior fracasso da História - que nos facilitou as tarefas domésticas, mas sim com o triunfo do capitalismo, sobre o comunismo, em finais do século XX, com a revolução tecnológica e a descida de preços dos electrodomésticos que emancipou a mulher de um sem-número de tarefas: hoje, podemos lavar a roupa e a loiça sem sequer molhar as mãos, aspirar o chão com a ajuda de um aspirador, cozinhar com a ajuda de um sem-número de electrodomésticos, que tanto nos facilitam a vida e a tornam mais leve, alegre, rica, livre e completa e, claro, também ajudam o homem a envolver-se nas tarefas domésticas.

Mas, como Kollontay, que havia abandonado o seu filho para se dedicar à militância comunista, percebeu, era preciso «lidar com o problema dos filhos.» Para isso, ela propunha que o Estado dos Trabalhadores (o estado comunista) acudisse em auxílio da família, substituindo-a gradualmente para que, finalmente, a Sociedade [colectividade] tomasse conta de todas aquelas obrigações que antes recaíam sobre os pais.

Assim, à medida que desaparecessem, um a um, os trabalhos domésticos da família, todas as obrigações de sustento e criação dos filhos seriam desempenhadas pela sociedade [Estado] e não pelos pais. Alessandra prossegue:

«Já existem casas para as crianças em fase de amamentação, creches, jardins de infância, colónias de férias e lares para crianças, enfermarias e postos de saúde para os doentes ou para pessoas que precisam de cuidados especiais, restaurantes, refeitórios gratuitos para os estudantes nas escolas, livros de estudo gratuitos, roupas e calçado para as crianças dos estabelecimentos de ensino. Tudo isso não é uma demonstração suficiente de que a criança sai do marco estreito da família, e que o peso da sua criação e educação passa dos pais para a colectividade? No que diz respeito à instrução dos filhos, em escolas primárias, institutos e universidades, já se converteu numa obrigação do Estado, inclusive na sociedade capitalista.»

Por outro lado, as ocupações da classe trabalhadora, as condições de vida, obrigam, inclusive na sociedade capitalista, à criação ATL’s, creches, asilos, etc. Quanto mais consciência tiver a classe trabalhadora dos seus direitos, quanto melhor estiverem organizados em qualquer estado específico, tanto mais interesse terá a sociedade no problema de aliviar a família do cuidado dos filhos. […] O homem novo, da nossa nova sociedade, será modelado pelas organizações socialistas, creches, jardins infantis, ATL’s, escolas etc, e muitas outras instituições desse tipo nas quais a criança passará a maior parte do dia e onde educadores inteligentes a converterão num comunista consciente […].

Agora, que já percebemos que o plano “profetizado” por Kollontay está implementado, surge a pergunta: 

Qual é o objectivo do Estado ao tornar obrigatória a disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento” e as políticas identitárias?

É fácil. Para manter o socialismo no poder – e depois de converter “direito à educação” na “obrigação de “depositar” as crianças na escola dos 5 aos 18 anos de idade”- os políticos, por meio de leis geradas e aprovadas na AR e do Ministério da Educação, querem FORMATAR a mente das crianças, as criaturas mais vulneráveis da sociedade, que, na escola, ficam desprotegidas, sem a protecção dos pais ou de uma pessoa que as ame de facto, e à mercê de agentes públicos, financiados pelo Estado, para – como escreveram Gramsci e Lenine – dominar a mente das crianças garantindo eleitores para as próximas décadas.

A entrada das crianças na escola, cada vez mais cedo (já se fala nos 3 anos como idade o início da escolaridade obrigatória[3]) evita que elas sejam educadas pelos seus pais, com quem aprendem a fé, princípios e valores da família, ganhem laços afectivos fortes e duradouros, educação e laços, que, anos mais tarde - apesar do ensino escolar as tentar formatar e ainda que durante algum tempo defendam o que lhes é incutido, contra aquilo que os pais lhes ensinaram – acabam por as fazer voltar ao ensino dos pais. Como diz o Sábio em Provérbios cap. 22 vers. 6:

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.

E, por favor, se respeita a liberdade individual e os direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, não diga que o Estado é laico e que a religião não é para aqui chamada, porque, “laico” significa um Estado no qual existe liberdade para cada um praticar a sua fé/religião sem que o Estado imponha ao povo uma religião obrigatória. Aliás, o que está a ser promovido e ensinado nas escolas, actualmente, são outras religiões: estatismo, panteísmo, ateísmo, animalismo, etc..

Numa sociedade [des]governada pelo socialismo, o papel da escola como agente político, além de desconstruir a identidade e a sexualidade das crianças e voltar os filhos contra os próprios pais, é roubar a individualidade e a própria identidade das crianças, colectivilizá-las, fazer como que todas pensem da mesma forma – PERFIL DO ALUNO À SAÍDA DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA[4] – para serem convertidas  em socialistas [in]conscientes.

Quando o socialismo, violando claramente o Art. 43º .2. da Constituição[5],  domina a mente das crianças consegue eleitores para daqui a duas décadas ou três.

A filosofia da sala de aula desta geração será a filosofia de vida da próxima. Quem controla a Escola governa o mundo.[6]

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