Uma das ferramentas mais úteis da busca pelo poder é o
sistema educacional.[1]
A Torá (ou Antigo Testamento) ordena ao povo de Deus que ensine as crianças no
caminho em que deviam andar, os Jesuítas tinham uma máxima: “Dêem-me uma
criança até aos 7 anos e farei dela meu discípulo para o resto da vida.”, de
Karl Marx a Adolf Hitler, do humanismo secular ao islamismo radical, para o bem
e para o mal, a educação sempre foi usada como instrumento de mudança.
Em 1921, Alessandra Kollontay, feminista radical, comunista,
escreveu o livro “Família e comunismo”[2],
cujas “profecias” se tornaram realidade no dia-a-dia de todos nós. Sob a capa
da defesa da mulher, ela propunha:
Chegará um dia, mais
cedo ou mais tarde, em que a mulher trabalhadora não terá que se ocupar do seu
próprio lar. Na Sociedade Comunista de amanhã, esses trabalhos serão realizados
por uma categoria especial de mulheres
trabalhadoras dedicadas unicamente a essas ocupações. […] Portanto, vemos
que as […] tarefas domésticas que ainda pesam sobre a mulher dos nossos tempos
desaparecerão com o triunfo do comunismo. A mulher trabalhadora não terá do que reclamar porque a sociedade
comunista terá acabado com o jugo doméstico e tornará a sua vida mais alegre, mais
rica, mais livre e mais completa.
Só que, como todos sabemos, não foi o “triunfo do comunismo”
– que se revelou o maior fracasso da História - que nos facilitou as tarefas
domésticas, mas sim com o triunfo do capitalismo, sobre o comunismo, em finais
do século XX, com a revolução tecnológica e a descida de preços dos
electrodomésticos que emancipou a mulher de um sem-número de tarefas: hoje,
podemos lavar a roupa e a loiça sem sequer molhar as mãos, aspirar o chão com a
ajuda de um aspirador, cozinhar com a ajuda de um sem-número de
electrodomésticos, que tanto nos facilitam a vida e a tornam mais leve, alegre,
rica, livre e completa e, claro, também ajudam o homem a envolver-se nas
tarefas domésticas.
Mas, como Kollontay, que
havia abandonado o seu filho para se dedicar à militância comunista, percebeu,
era preciso «lidar com o problema dos filhos.» Para isso, ela propunha que o
Estado dos Trabalhadores (o estado comunista) acudisse em auxílio da família, substituindo-a gradualmente para que,
finalmente, a Sociedade [colectividade] tomasse conta de todas aquelas
obrigações que antes recaíam sobre os pais.
Assim, à medida que desaparecessem, um a um, os trabalhos
domésticos da família, todas as obrigações de sustento e criação dos filhos seriam
desempenhadas pela sociedade [Estado] e não pelos pais. Alessandra prossegue:
«Já existem casas para
as crianças em fase de amamentação, creches, jardins de infância, colónias de
férias e lares para crianças, enfermarias e postos de saúde para os doentes ou para
pessoas que precisam de cuidados especiais, restaurantes, refeitórios gratuitos
para os estudantes nas escolas, livros de estudo gratuitos, roupas e calçado
para as crianças dos estabelecimentos de ensino. Tudo isso não é uma
demonstração suficiente de que a criança sai do marco estreito da família, e
que o peso da sua criação e educação passa dos pais para a colectividade? No
que diz respeito à instrução dos filhos, em escolas primárias, institutos e
universidades, já se converteu numa obrigação do Estado, inclusive na sociedade
capitalista.»
Por outro lado, as
ocupações da classe trabalhadora, as condições de vida, obrigam, inclusive na
sociedade capitalista, à criação ATL’s, creches, asilos, etc. Quanto mais
consciência tiver a classe trabalhadora dos seus direitos, quanto melhor
estiverem organizados em qualquer estado específico, tanto mais interesse terá a sociedade no problema de aliviar a família
do cuidado dos filhos. […] O homem novo, da nossa nova sociedade, será modelado
pelas organizações socialistas, creches, jardins infantis, ATL’s, escolas
etc, e muitas outras instituições desse tipo nas quais a criança passará a maior parte do dia e onde educadores
inteligentes a converterão num comunista consciente […].
Agora, que já percebemos que o plano “profetizado” por Kollontay está implementado, surge a pergunta:
Qual é o objectivo do Estado ao tornar obrigatória a disciplina de “Cidadania
e Desenvolvimento” e as políticas identitárias?
É fácil. Para manter o socialismo no poder – e depois de
converter “direito à educação” na “obrigação de “depositar” as crianças na escola
dos 5 aos 18 anos de idade”- os políticos, por meio de leis geradas e aprovadas
na AR e do Ministério da Educação, querem FORMATAR a mente das crianças, as criaturas
mais vulneráveis da sociedade, que, na escola, ficam desprotegidas, sem a
protecção dos pais ou de uma pessoa que as ame de facto, e à mercê de agentes
públicos, financiados pelo Estado, para – como escreveram Gramsci e Lenine –
dominar a mente das crianças garantindo eleitores para as próximas décadas.
A entrada das crianças na escola, cada vez mais cedo (já se
fala nos 3 anos como idade o início da escolaridade obrigatória[3])
evita que elas sejam educadas pelos seus pais, com quem aprendem a fé, princípios
e valores da família, ganhem laços afectivos fortes e duradouros, educação e
laços, que, anos mais tarde - apesar do ensino escolar as tentar formatar e
ainda que durante algum tempo defendam o que lhes é incutido, contra aquilo que
os pais lhes ensinaram – acabam por as fazer voltar ao ensino dos pais. Como
diz o Sábio em Provérbios cap. 22 vers. 6:
Ensina a criança no
caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.
E, por favor, se respeita a liberdade individual e os
direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, não diga que o
Estado é laico e que a religião não é para aqui chamada, porque, “laico”
significa um Estado no qual existe liberdade para cada um praticar a sua fé/religião
sem que o Estado imponha ao povo uma religião obrigatória. Aliás, o que está a
ser promovido e ensinado nas escolas, actualmente, são outras religiões: estatismo,
panteísmo, ateísmo, animalismo, etc..
Numa sociedade [des]governada pelo socialismo, o papel da
escola como agente político, além de desconstruir a identidade e a sexualidade
das crianças e voltar os filhos contra os próprios pais, é roubar a
individualidade e a própria identidade das crianças, colectivilizá-las, fazer
como que todas pensem da mesma forma – PERFIL DO ALUNO À SAÍDA DA ESCOLARIDADE
OBRIGATÓRIA[4] – para serem
convertidas em socialistas
[in]conscientes.
Quando o socialismo, violando claramente o Art. 43º .2. da
Constituição[5], domina a mente das crianças consegue
eleitores para daqui a duas décadas ou três.
A filosofia da sala de aula desta geração será a filosofia
de vida da próxima. Quem controla a Escola governa o mundo.[6]
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