A semana passada, logo a seguir à
notícia que dava conta que um grupo de 125 católicos alemães LGBTQIA+
criticaram a discriminação da igreja na Alemanha, o
Papa Francisco lançou um apelo para que os pais de filhos homossexuais os
amassem em vez de os condenar.
Como cristã, embora não seja
católica romana, gostaria de fazer algumas perguntas:
- Qual a relação causa-efeito entre as duas notícias?
- Se a igreja tem uma doutrina clara, escrita e acessível aos que nela ingressam, qual é a discriminação que existe?
- O que é que o Papa quer dizer com “amá-los em vez de os condenar”?
- Apoiar a prática da homossexualidade, que eles crêem ser pecado e que trará a morte eterna aos filhos amados?
- Ou, amá-los incondicionalmente e apoiá-los em tudo o que necessitem, ainda que discordem das práticas homossexuais e não as aprovem?
Antes que me crucifiquem, preciso explicar que há um abismo enorme entre estas duas últimas respostas e que há toda uma ideologia, imposta à revelia dos pais a crianças de tenra idade e intensivamente promovida nos media, que tem vindo a convencer crianças, adolescentes e jovens de que a sua atracção sexual é a sua identidade. Ora, se a atracção sexual – seja ela qual for - é a identidade de alguém, qualquer discordância sobre o seu comportamento sexual é um ataque à pessoa em si e não à prática.
Isto reduz o ser humano aos seus impulsos sexuais e, uma vez
reduzido aos seus impulsos, o ser humano torna-se irracional.
Como mãe de três filhos e avó de duas netas, sabendo
que há pais que condenam os filhos e os expulsam de casa, outros que violam as
filhas, alguns que são violentos, e que até há pais que maltratam os filhos a
ponto de os matar, não tenho dúvidas de que, graças a Deus, são uma minoria.
Por isso, preocupa-me a vitimização constante dos filhos com “outras
orientações sexuais” e a diabolização dos pais.
- Posto isto, será que alguém parou para pensar sobre a dor dos pais?
- Sobre as suas dificuldades em lidar com algo que, como cristãos, sabem que só trará dor e morte ao seu filho?
- Será que alguém se preocupa em ouvir os pais, que são vítimas do filho que "sai do armário", quando esses pais nunca perceberam que o filho "estava no armário"?
- Quantas associações existem, para ajudar os pais que sofrem bulliyng às mãos do filho por não cederem à narrativa oficial do Estado e baterem palmas à sua orientação sexual?
- Por não o acompanharem às marchas gay e empunharem a bandeira multicolorida?
- Por serem cristãos?
- Por serem do CHEGA?
- Por não se renderem à ideologia do género?
- Quem ajuda esses pais a lidar com o filho que acredita que o seu pecado é a sua identidade, que pensa com os genitais, que teve a mente lavada com a ideologia de género, e que se torna num acusador incapaz de respeitar a cosmovisão cristã de mundo que os pais sempre tiveram?
- Quem ajuda os pais a lidar com o filho - que está sempre pronto a acusá-los de serem homofóbicos - quando os pais sempre o educaram no sentido de respeitar TODAS as pessoas e até já o repreenderam por ele gozar com gays?
Quem protege os pais deste tipo
de violência psicológica?
"Convidei o meu filho,
que há pouco tempo decidiu assumir que é gay,
para almoçar.
- Almoças comigo amanhã?
- Até almoçava, mas combinei
encontrar-me com um amigo.
- Onde, e a que horas?
- Em ... Às
14:00h.
- Ok. Então, podemos almoçar
por volta das 12:30h, no ... e o teu
amigo pode encontrar-se contigo à hora combinada. O que achas?
- Ok. Pode ser.
Almoçámos e, quando saímos,
cumprimentei a menina que esperava por ele à saída.
- Olá, boa tarde, estás boa?
- Olá. Sim, estou.
Despedi-me de ambos e fui para
casa.
Estava a fazer o jantar quando
o meu filho tocou à campainha. Fui abrir a porta e, de repente, a "ficha
caiu".
- Olá, boa noite. O jantar
está quase pronto. Olha lá uma coisa: não tinhas combinado encontrar-te com um
amigo?
- Sim. Com fulano. Aquele que
tu viste.
- Aquilo era uma menina, não
era um rapaz!
- Aquilo? Não é
"aquilo", é uma pessoa.
- Eu sei que é uma pessoa e
"aquilo" é uma maneira de falar, deixa-te de dramas. Eu cumprimentei
uma menina e ela, naturalmente, respondeu como tal.
- Mas não é uma menina. É um
rapaz e tens que entender isso!
- Não, não é um rapaz. É uma
menina, e eu não tenho que entender nada que não corresponda àquilo que os meus
olhos vêem.
- Mas ela sente-se um rapaz e,
por isso, é um rapaz. Tens que respeitar isso.
- Não, filho, não é e não
tenho que respeitar nada disso. Tu estás bem? Quem te pôs essas ideias na
cabeça? Não foi isso que te ensinámos.
A discussão durou algum tempo,
ele acusou a mãe de retrógrada, fundamentalista religiosa e homofóbica, e, mais
uma vez, o ambiente ficou pesado.
Passou-se algum tempo, e a mãe
percebeu que o filho tinha deixado de se dar com a tal menina. Questionou-o:
- Então? Não tens saído com
fulana?
- Não. ELA é muito radical e
eu não suporto isso.
A mãe percebeu que ele a
chamara de “ela” e insistiu:
- Radical? Como assim? Podes
explicar?
- ELA apaixonou-se por mim e
queria namorar comigo.
- E qual é o problema? Não é
um rapaz? Tu não gostas de rapazes? Por que não podes namorar com ELE?
- Porque eu não vejo um
rapaz...
- Mas tu disseste que ela é um
rapaz, discutiste comigo por causa disso, e agora estas a dizer que, afinal,
ela não é um rapaz?
- Não, mãe. Ela é um rapaz,
mas eu não a vejo como um rapaz...
- Porque ela não é um rapaz,
filho.
- É sim. Ela é um rapaz,
porque sente que é um rapaz, mas eu é que não vejo...
- Um rapaz, porque ela não é
um rapaz. Se fosse...
- É sim. É um rapaz. Eu é que
não sinto atracção por...
- Rapazes?
- Não! Por ela. Quer dizer... Tu não entendes. Tens a mente muito fechada.”
- Papa Francisco, quem ajuda esta mãe a lidar com a lavagem cerebral que fizeram ao seu filho?
- Quem a ajuda a lidar com o ódio do seu filho, tão amado, só porque não pensa como ele?
- Qual é o pai/mãe que está preparado para algo como isto?
Sem comentários:
Enviar um comentário