quinta-feira, 24 de março de 2022

A propósito das ditas “terapias de conversão”

 



Será que as ditas “terapias de conversão” existem? 
Ou serão mais um termo criado por activistas que não querem que os profissionais de saúde acompanhem e intervenham junto de pessoas fragilizadas com problemáticas de orientação e de identidade sexuais? 

Os activistas LGBTQIAP+ (P? Não param de adicionar novas letras?), numa atitude totalitária, política e ideológica, ao serviço das esquerdas radicais, querem limitar a prática clínica enviesando as intervenções dos profissionais de saúde sem se preocuparem minimamente com a saúde e o bem-estar de pessoas que se encontram em sofrimento.

Exigir que pessoas, cooptadas pela comunidade LGBTQIAP+, não possam ser acompanhadas caso procurem ajuda para esclarecer a sua orientação sexual, não é uma violação contra os direitos dessas pessoas?

Se uma pessoa, que sempre viveu e agiu como heterossexual, procurar ajuda de um profissional de saúde porque sente que, afinal, é homossexual, pode.

Mas, se for ao contrário, se procurar ajuda de um profissional de saúde, porque nunca se sentiu bem com a sua orientação homossexual e deseja ser heterossexual, não pode?

Afinal, se existe o género fluído, se alguém pode ser hétero ao almoço, homo ao jantar e bi à ceia, por que se negam a todas as pessoas os mesmos direitos?

Requerer que as designadas pessoas LGBTQIA+ não possam ser aconselhadas a identificar-se com o sexo com que nasceram e a aceitar a sua sexualidade natural, não é impedi-las de exercer livremente os seus direitos?

Alguém acredita que perseguir e limitar a actuação de profissionais de saúde, em nome de uma ideologia que nada tem de científica, é o caminho a seguir?

Comparar a cor da pele à orientação sexual, como faz a ILGA, para afirmar que ninguém proporia a uma pessoa que sofresse de racismo, que mudasse a cor da pele, ignora que a cor da pele não é fluída e que a atracção sexual, de acordo com a mesma ILGA, pode sê-lo. 

Outro grande erro do activismo LGBTQIAP+ é confundir orientação sexual com transexualismo. É absurdo e muito, muito perigoso para quem sofre de disforia de género.

Ora, a 17 de Maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o “homossexualismo” do CID-10. A partir de então substituiu-se o referido termo por “homossexualidade”, uma vez que no contexto médico o sufixo “ismo” remete à doença. A partir daí, além da liberdade e da ética profissionais a que todos os profissionais são obrigados, existem directrizes de como obrigar profissionais de saúde a comportarem-se num contexto clínico com estas pessoas. É que as pessoas, antes de serem LGBT, são pessoas e todos têm de ser tratados de igual modo, profissional e ético.

Mas, vejamos, quiseram tirar a transsexualidade do manual de doenças internacional, fizeram-no, mas depois perceberam que deixava de ser possível dar hormonas, fazer cirurgias e outras intervenções, ou seja, a realidade impôs-se e a OMS teve que criar a nova categoria de 'saúde sexual' para incluir os cuidados e intervenções de saúde a pessoas transexuais.

A prova de que tudo isto é ideologia política é que retiraram do meio médico e psicológico a possibilidade de as pessoas tomarem essas decisões num meio protegido e adequado, o clínico.

Ou seja, permitiram, através de leis, que qualquer pessoa possa mudar de sexo e de nome no registo civil sem sequer ser avaliada por profissionais de saúde. Depois, podem ir aos clínicos exigir cirurgias estéticas e hormonas. Os profissionais de saúde que que se recusarem a fazê-lo poderão ter sérios problemas, tal é a força destes lobbies.

Todos percebemos as implicações de segurança para estas pessoas, que até podem ter estas ideias devido a alguma doença mental (Ex.psicose) ou até fisica (tumor cerebral, hipogonadismo).

Por isso, usar os poucos relatos existentes em Portugal para proibir que os profissionais de saúde possam ajudar quem os procura, sabendo que num deles só foi ouvida a parte que interessa à narrativa – um activista LGBTQIAP+ - que mentiu sobre os factos, e ignorar casos como o de Keira Bell, que foi apoiada pelo serviço de desenvolvimento de identidade de género (GIDS) do “SNS” Inglaterra para crianças, começou a tomar bloqueadores da puberdade quando tinha 16 anos e que, aos 24, arrependida da decisão que tomara, percebeu que tinha sido influenciada por tudo o que a rodeava e pelas assistentes sociais, e resolveu processar o serviço que lhe aconselhara a transição, não é sábio.

Em documentos legais recém-divulgados, um especialista global em autismo alertou que meninas autistas ou anoréxicas parecem mais propensas a dizer que querem tornar-se meninos. A evidência foi provada pelo professor Christopher Gillberg na Suprema Corte e levou a uma decisão histórica segundo a qual crianças menores de 16 anos não seriam capazes de dar consentimento informado para se submeterem a tratamento com drogas “experimentais” bloqueadoras da puberdade, o que quase sempre leva a tomar hormonasdo sexo cruzado para mudar os seus corpos.

Infelizmente, como já escrevi, a questão dos transgéneros tornou-se política, envolta em questões de políticas identitárias e bandeira de movimentos LGBTQIAP+, e isso tornou perigoso levantar questões ou dúvidas sobre as transições médicas de género em crianças. Alguns profissionais de saúde, que tiveram coragem para o fazer, foram difamados e correram o risco de ver as suas carreiras chegarem ao fim.

No Tavistock, os profissionais só fornecem “cuidado afirmativo de género”. Na prática, isso quer dizer que quando uma criança declara a sua vontade de “mudar de sexo” o seu desejo é imediatamente aceite e conclusivo. O cuidado afirmativo está a ser imposto e adoptado como modelo em muitos países.

Mas, ex-praticantes de Tavistock citaram diversos problemassofridos pelas crianças que procuraram ajuda, como abuso sexual, trauma, abandono dos pais, homofobia na família ou na escola, depressão, ansiedade, estar no espectro do autismo, ter TDAH. Essas questões profundas, e como elas podem estar ligadas a sentimentos de disforia, muitas vezes foram ignoradas em favor de tornar a transição a solução para todos os fins.

Como a Suprema Corte descobriu – durante o julgamento do caso de Keira Bell - grande parte do tratamento que a clínica oferece não é baseado em evidências sólidas. Na época em que o caso de Keira foi aceite, o NHS afirmava que os efeitos dos bloqueadores da puberdade eram “totalmente reversíveis”. Mas, recentemente, o NHS deu o dito por não dito e reconheceu “que 'pouco se sabe sobre os efeitos colaterais a longo prazo' no corpo ou no cérebro de um adolescente”. Isso não os impediu de prescrever medicamentos a pessoas como Keira.

O Dr. Christopher Gillberg, professor de psiquiatria infantil e adolescente da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e especialista em autismo, foi uma das testemunhas no caso. Na sua declaração ao tribunal, Gillberg disse que, ao longo dos seus 45 anos de tratamento de crianças com autismo, era raro ter pacientes com disforia de género – mas os números dispararam em 2013, e a maioria eram meninas biológicas. Gillberg disse ao tribunal que o Tavistock estava a usar as crianças como cobaias.

Os activistas podem gritar que estou a tentar tirar os direitos trans, que as crianças sabem o que é melhor para elas e para os seus corpos, e que estou a arruinar a vida dessas crianças.

Mas estou focada no que é melhor para crianças confusas e angustiadas. Muitas meninas estão a fazer a transição porque estão a sofrer problemas de saúde mental, traumas, abusos, etc.. Tenho lido muitos relatos de pessoas que acreditaram que a transição resolveria todos os seus problemas e que se arrependeram… Tarde demais.

É isso que queremos para as nossas crianças?

 



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